Porã era um curumim que adorava caju. Mas os cajueiros exigem paciência, pois só são frutos uma vez por ano. Assim como todos os índios de sua tribo, a cada safra, Porã marcava a passagem de um ano guardando uma castanha em sua cabaça. Junto dela, conservava uma outra cabaça, que o avô lhe deixara como herança. Quando tinha sete anos, Porã teve de fugir junto com sua tribo da invasão de um povo inimigo. Mal sabia ele que, ao final daquela longa jornada, depois de inúmeras safras, os cajueiros lhe reservaram uma grande surpresa.